terça-feira, 30 de novembro de 2010

Errar, tentar, mudar mas nunca parar de acreditar...


Sempre fico impressionada com a forma que as coisas simplesmente mudam de uma hora pra outra.
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Em um momento, medos, inseguranças... Em outros, tudo parece tão perfeito que me pergunto se é verdade mesmo, se estou acordada.
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Acho que por ser intensa demais e por me doar demais, termino cobrando demais, criando expectativas sobre assuntos ou pessoas que vão além do que posso dominar. Quem nunca passou por isso, considere-se uma pessoa realmente de sorte.
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Mas cansei... Cansei das cobranças, das falhas, dos medos.
Depois de uma conversa com alguém muito especial e de perder momentos preciosos procurando falhas e tendo medo de perder, resolvi que a partir de agora só quero ser feliz. Viver, viver e viver !!! Agora só quero mesmo comigo o que e quem me faz bem.
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Como cantaram os Paralamas,
"Deixo toda a dor pra trás perdida num planeta abandonado no espaço. "

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Difícil mudar uma postura? Sim, muito mas se desejamos que algo funcione devemos mudar também nossa postura perante os fatos, pessoas e tudo o mais.
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Se a vida está sempre em transformação, por que não simplesmente seguir a corrente e deixar que essa transformação faça parte de nós?
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Aborrecimentos, gente falsa, mágoas, medos, mentiras, desconfianças... Afastem-se de mim porque já perdi tempo demais com vocês.
Isso vale pra tudo nessa vida. Se algo não vale a pena, tchau e benção o/

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Perceber isso tudo já foi difícil, pôr em prática provavelmente será muito mais mas quando eu conseguir... ahh será simplesmente maravilhoso...



quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A Mulher Apaixonada





A mulher pode estar gostando, pode estar envolvida, pode estar a fim,pode estar impressionada. Em todos esses estados pode se relacionar amorosamente.

Mas a mulher apaixonada está em outro astral. Tudo nela, principalmente certos mecanismos inaprisionáveis por palavras, fala de paixão. É um certo jeito de se acalmar dentro da maior tensão, é a postura dos braços, é algo nas glândulas da pele, no olho, na respiração.

A mulher apaixonada é um ser em estado de torcida do Flamengo. Torce mais pelo amado que pela Seleção. Entra no campo, agride o juiz, salta o alambrado, topa qualquer desafio. Só vê vitória. O único ser que topa qualquer parada não é o herói, o desesperado ou o valente: é a mulher apaixonada. Vai pro exílio, larga profissão, conveniência, partido político. Só tem um caminho e uma verdade: o amor. O resto virá depois. Sem ele, o tudo é nada.

A mulher apaixonada é o mais paciente dos seres impacientes. Sempre em estado de “estou pronta”, suporta anos esperando com maravilhosa impaciência, exigência, dedicação, entrega, cegueira, vontade de quintais e praias, as amarrações que supõe perfeitas e definitivas. Ninguém vive a provisoriedade com tanto sentido de permanência. Ninguém assina em branco e antecipa tantos avais de afeto. Ninguém erra com tanta convicção e decência.

e santa, guerreira e gato, desastrada e genial, capaz de usar fitas, meias coloridas, blusas-bobagem; uma campainha nos joelhos; uma joaninha de verdade na testa; de enfrentar solidões, distâncias, presenças, piratas e furacões pelo ser amado, a mulher apaixonada é o mais regular dos seres irregulares, porque não julga, não pensa, não avalia, só sente.

E que se danem o mundo, as regras, as regulações, conveniências, aparências, seguranças, convenções, disposições, legislações e tudo aquilo que mamãe me ensinou! Que o mundo exploda em flores!

Ser de grandezas, só vive de migalhas. Ser de farturas, alimenta-se de ar, nuvem, vontade, espera e sonho. Quem se supõe apaixonada e trocar uma nuvem por um sanduíche está é com fome, não com paixão. Está doente de saúde e não saudável de doença de amor.

A mulher apaixonada é um ser em estado de entendimento de pedaços da vida desconhecidos pelo comum dos mortais: entende de lençóis iluminados pela luz do corredor nas noites sem sono, conhece ruídos diferentes de tique-taques, entende de meio-fio, de paredes chutadas, de cantores e poetas escolhidos secretamente, de confidências contadas para as toalhas.

Domina computadores afetivos encarregados de arquivar e interpretar as mensagens mais sutis do amado: tom de voz, espaço entre uma e outra frase, fomes dominicais, impressões vagas de cansaço, tédio, alegria ou saudade expressas por fungados, suspiros, desabafos, interjeições, gestos, sons, olhares, todos tabulados no seu “compoetador”, perfurado pela esperança e perfumado pela possibilidade.

A mulher apaixonada mistura bola de gude com Heidegger; borboleta com suco de pitanga; laquê com desejo; talão de pedágio com metafísica; sapato de tênis com Brahms; sanduíches de mortadela com informática; distração com rejeição; perturba-se de tanta lucidez; tolda- se de tanta nitidez; mancha-se de tanta pureza; confunde-se de tanto autoconhecimento; engana-se de tanta verdade; embaraça-se de tanta decisão; entendia-se de tanta disposição.

Ela mistura disposição com vontade. Possibilidade com ânsia. Dificuldade com não querer. Em suma: é o mais incapaz dos capazes do que há de melhor, mais lindo, legítimo e verdadeiro.

A mulher apaixonada vive de farol alto, não desliga a buzina, não fecha bico de gás, só anda de pé da tábua, ouve tudo em 78 rotações, força a barra, anda na contramão, joga pedra no telhado do vizinho, vai depressa com o andor, desassossega o leão, cutuca a fera com vara curta, gasta pólvora com chimango, perde tempo, ganha o sonho, vive o susto, varre o medo, enfrenta a frota, esmaga o espanto, esbarra no afago, espera a vida, encontra a razão, fala de boca cheia, assovia e chupa cana, beija a madrugada, insulta a acomodação, instala o reino da validade.

Ela é: especialista em pretextos, modista de oportunidades, cozinheira de chances, pediatra de carências, jardineira de manhãs, pastora de indícios, navegante de esperanças, fiandeira de frustrações, colhedeira de instantes, tecelã de ternuras, miúra de girassóis, doceira de amarguras.

A mulher apaixonada é furacão e chuvisco; exaltação e placidez, adivinha e alienada, sábia e patusca, maravilha e susto, mãe e mulher, filha e bruxa, santa e desastrada. A mulher apaixonada é, em suma, o ser que atende e representa em profundidade, em delírio, em sofrimento e em glória, a criança carente que mora em nós.


Artur da Távola

domingo, 14 de novembro de 2010

Apenas em meus sonhos...


Eu,
todas as noites
fico a pensar em ti
e te beijo,
suavemente...
(em meus pensamentos)